8 de Maio de 1982: A morte de Villeneuve
Gilles Villeneuve pode ser recordado como um diletante, para quem as vitórias eram mais importantes do que os campeonatos, mas em 1982 o canadiano apostou forte no título. Tinha percebido que vitórias isoladas, por mais mediáticas que fossem, não eram suficientes.
Ao volante dos novos 126 C2, Gilles Villeneuve e Didier Pironi não tinham uma hierarquia definida, mas no GP de San Marino (a quarta corrida da temporada), o canadiano estava no primeiro lugar à frente de Pironi quando viu no muro das boxes um painel onde se lia "slow", o que assumiu como sendo uma indicação para serem mantidas as posições. Só que Pironi esqueceu-se da indicação e passou para o primeiro lugar.
Os dois Ferrari estavam a rodar na casa dos 1m 37,05/1m 37,08s, e depois da ultrapassagem baixou o ritmo para a casa dos 1m 35s. Para Gilles foi uma traição que o fez perder o discernimento.
Quando se aproximou de Jochen Mass, o alemão deslocou-se para direita. Gilles não terá percebido e bateu com a roda anterior esquerda no pneu traseiro direito do March.
Foi um final dramático para a carreira de um piloto que marcou uma época na F1. Um homem que só pensava na vitória, dando tudo para a conquistar e exigindo ainda mais dos seus monolugares. "Quem o apreciava, vibrava com o seu ardor, com a capacidade destrutiva que tinha ao pilotar, moendo semi-eixos, caixas de velocidades e travões, ensinando (à equipa) o que é necessário fazer para que um piloto se possa defender num momento imprevisível. Foi um campeão da combatividade e deu à Ferrari uma grande notoriedade. Queria-lhe bem", escreveu Enzo Ferrari no livro "Piloti Chi Gente".